"A situa×-o catastr"fica ao final da guerra deveu-se ao fato de que como resultado da destrui×-o das ferrovias e devido aos bombardeios cont,nuos das A "Ordem da Bala", Documento 1650-PS, se for documento autntico, o que provavelmente n-o sucede (XVIII 35-36 43-44>>), veio de erro de tradu×-o. O sentido da ordem o de que os prisioneiros que busquem fugir devem ser acorrentados a uma bola de ferro (Kugel) e n-o que devam ser mortos com uma "bala" (tambm Kugel, em alem-o). A palavra "acorrentado" aparece no documento mas a palavra "tiro" n-o aparece (III 506 565>>; XXI 514 568>>); declara×-o da Gestapo 75; XXI 299 332>>). O documento um "teletipo" e, assim sendo, n-o ostenta assinaturas (XXVII 424-428). "Sonderbehandlung", tratamento especial, constitui exemplo do jarg-o tem,vel usado em todas as burocracias e provavelmente tem sua melhor tradu×-o como "tratamento na base de caso por caso". Kaltenbrunner pde demonstrar que significava, no contexto do documento, o direito de tomar champagne e receber aula de francs. A acusa×-o fez confus-o entre campo de frias de inverno e campo de concentra×-o (XI 338-339 374-375>>); (XI 232-386 259-427; XVIII 40-68 49-80>>) (o documento referente ao campo de frias de inverno o Documento 3839-PS; XXXIII 197-199, "testemunho juramentado").
Keitel foi enforcado por sua alegada responsabilidade nas atrocidades
que afirmaram ter sido cometidas na Rússia, e pelos Decretos Comissário
e Noite e Nevoeiro. As provas contra Keitel consistem em grande parte nos
"relatórios" das "Comissões Soviéticas
de Crimes de Guerra" (XVII 611-612 <<663-664>>, XXII 76-83
<<90-98>>). Trata-se de resumos contendo juízos finais,
conclusões e generalizações sem qualquer comprovação
ou documentos. Nesses relatórios os órgãos militares
são erradamente designados e confundidos.
Entre os documentos soviéticos usados para condenar Keitel encontram-se
os Documentos USSR-4; 9; 10; 35; 38; 40; 90; 364; 366; 407 e 470. O USSR-4
é "relatório" que alega a disseminação
intencional de epidemia de tifo a fim de exterminar a população
russa. A responsabilidade por esse crime é atribuída ao "governo
de Hitler e ao Comando Supremo das Forças Armadas". (Ver também:
Relatório sobre Crimes dos Estados Unidos na Coréia, Beijing
(1952) [Guerra bacteriológica americana]).
Os Documentos USSR-9, 35 e 38 são também Relatórios
Soviéticos de Crimes de Guerra.
O Documento USSR 90 é o julgamento de um tribunal militar soviético,
afirmando que "invasores fascistas alemães cometeram crimes
bestiais" e atribui tais crimes ao "Comando Alemão das
Forças Armadas".
Os documentos originais não são anexados e ordens taxativas
não são mencionadas. O nome de Keitel não é
mencionado. Os outros documentos são "cópias autenticadas"
(XVIII 9-12 <<16-19>>) de documentos supostamente em poder
dos russos.
O "Decreto de Noite e Nevoeiro" (XVIII 19-22 <<27-30>>)
pretendia ser a alternativa à opção de abrir fogo
contra membros da resistência. Foi concedido pela acusação
que essas pessoas podiam ser legalmente mortas (V 405 <<456>>)
mas os alemães achavam indesejável condenar todos eles à
morte.
Sentenças de prisão eram tidas como pouco capazes de dissuadir
os resistentes, já que todos contavam que a guerra ia terminar em
poucos anos (XXI 524 <<578-579>>). A Ordem Comissário
tivera pouco ou nenhum efeito prático, em parte devido à
dificuldade em determinar quem era comissário, em meio aos russos
(XXI 404-405 <<446-447>>); XXII 77 <<91>>).
Keitel foi acusado até hoje de impedir acesso a Hitler, isto é,
proteger Hitler contra certas informações. Tal acusação
extremamente absurda é refutada às páginas 654-661
<<710-717>> do Volume XVII.
Também usado contra Keitel foi o Documento 81-PS, citado no discurso
de abertura de Jackson e o Documento USSR 470, "cópia autêntica"
significando que o documento foi redatilografado, para fazer a cópia,
de documento "original" escrito inteiramente em servo-croata
e supostamente encontrado na Iugoslávia, com assinatura datilografada
de Keitel. Não foi alegado que Keitel compreendesse servo-croata,
e sim que se tratava de "tradução" de documento
escrito em alemão, que os iugoslavos não haviam encontrado
(XV 530-536 <<578-585>>).
O julgamento de Keitel aparece em X 468-658 <<527-724>>; XI
1-28 <<7- 37>>; XVII 603-661 <<654-717>>; und XVIII
1-40 <<7-48>>.
Von Neurath foi vítima de grosseira falsificação,
o Documento 3859-PS. Os tchecos redatilografaram documento autêntico,
fazendo grandes alterações e acréscimos e apresentaram
a "fotocópia" de sua "cópia", com assinaturas
datilografadas, ao tribunal. O documento original estava na Tchecoslováquia.
Nesse documento praticamente tudo está errado: a burocracia alemã
era extremamente complexa e muitos documentos da acusação
trazem endereços falsos, referências falsas e marcas de procedimento
incorretos, que não se mostram óbvias de modo imediato. Com
relação a esse documento von Neurath disse:
"Lamento dizer que vocês estão mentindo" (XVII 67
<<79>>; 373-377 <<409-413>>).
Von Neurath foi condenado por fechar universidades tchecas (o que não
é crime, sob a lei internacional, quando executado por governo de
ocupação) pela morte de nove líderes estudantis tchecos
após demonstração pública. Esses crimes foram
"provados" com vários documentos: USSR 489; "cópia
autenticada", autenticada pelos tchecos, USSR-60, "relatório"
de uma "Comissão de Crimes de Guerra", citando as "declarações"
de Karl Hermann Frank, que não foram juntadas ao relatório;
e USSR-494, "declaração juramentada" assinada por
Karl Hermann Frank 33 dias antes de sua execução. As declarações
atribuídas a Frank no Relatório de Crimes de Guerra não
estavam, naturalmente, assinadas ou datadas e os documentos originais se
achavam na Tchecoslováquia (XVII 85-90 <<98- 104>>).
Grande parte das "provas" forjadas contra Von Neurath, Schacht,
Von Papen, Raeder e outros, adveio das declarações juramentadas
de um diplomata americano idoso, residente no México (Documentos
1760-PS; 2385-PS; 2386-PS; EC-451).
Afirmou-se que esse diplomata, por nome Messersmith, era idoso demais para
comparecer ao tribunal (II 350 <<387>>); foi negado, todavia,
que estivesse senil (II 352 <<389>>). A "prova" consiste
nas opiniões pessoais de Messersmith sobre as motivações
e caráter das outras pessoas.
O "julgamento" de Von Neurath aparece em XVI 593-673 <<649-737>>;
XVII 2-107 <<9-121>>; XIX 216-311 <<242-345>>).
Von Papen foi acusado de ter conspirado com Hitler a induzir Hindenburg
a aceitar Hitler no governo como Chanceler do Reich. De acordo com tal
opinião Hindenburg teria sido enganado por Von Papen a crer que
a guerra civil estouraria se tal não fosse feito.
O Chanceler do Reich dessa época, Von Schleicher, tentara governar
ilegal e inconstitucionalmente por algum tempo, sem o apoio dos Nacional-
Socialistas, que detinham a maior maioria na história do Reichstag.
Muitas das ilegalidades de Hitler datam, na verdade, de período
anterior ao do governo de Von Schleicher (XXII 102-103 <<118-119>>).
Fora essa a última alternativa para o caos de 41 partidos políticos,
cada qual representando algum interesse financeiro privado.
Os vencedores democráticos exigiram de Von Papen, em 1946, que tivesse
previsto a intenção de Hitler de "desencadear guerra
agressiva" em 1936 e conspirado com Von Schleicher para governar por
meio de ditadura militar.
Von Schleicher foi mais tarde fuzilado, em seguida ao Putsch de Röhm.
Tais mortes foram consideradas legais por Hindenburg, como se tornou evidente
em telegrama dele, dando parabéns a Hitler (XX 291 <<319>>;
XXI 350 <<386>>; 577-578 <<636-637>>; XXII 117
<<134-135>>). Von Papen também achava que a morte de
Röhm e seus seguidores fora justificada pela emergência (XVI
364 <<401>>) mas achava que muitas outras mortes não
justificadas haviam tido lugar e que era dever de Hitler efetuar investigação
e punir os culpados. Tal não foi feito.
Foi concedido pela acusação, em Nuremberga, que o Programa
do Partido Nazista nada continha de ilegal e na verdade era quase merecedor
de elogios (II 105 <<123>>). Os Nacional-Socialistas tinham
sido declarados legais pelas autoridades de ocupação no Reno
em 1925 (XXI 455 <<505>>) e pelo Supremo Tribunal da Alemanha
em 1932 (XXI 568 <<626>>) e pela Liga das Nações
e pelo Residente Geral Polonês em Dantzig em 1930 (XVIII 169 <<187-188>>).
Não ficou claro em 1933 que o Exército apoiasse unanimemente
Von Schleicher contra os Nacional-Socialistas, que tinham direito legal
ao governo. A recusa de Hindenburg em violar a Constituição
ao risco da guerra de guerra civil levou Hitler ao governo de modo inteiramente
legal (ver também XXII 111-112 <<128-129>>).
Von Papen foi acusado de "atos imorais", na promoção
do "Plano Comum" tais como o uso íntimo do tratamento
do ("tu", segunda pessoa do singular) em conversa com o Ministro
Exterior austríaco, Guido Schmidt. Nesse momento Von Papen observou:
"Sir David, se já esteve na Austria alguma vez, saberá
que todos usam tu dirigido a qualquer outra pessoa (XVI 394 <<435>>).
Os atos de Von Papen que não podiam ser chamados de "criminosos"
foram empregados para provar "a duplicidade", sem trocadilho,
do acusado. Uma construção mental foi erigida sobre os atos
de Von Papen, usando para isso a interpretação pessoal posterior
ao fato.
As vezes se alega que como Von Papen, Fritsch e Schacht foram absolvidos,
Nuremberga terá sido julgamento "justo". O contrário
não se aplica ao Tribunal Militar Internacional do Extremo Oriente,
ou a outros julgamentos em que não houve absolvições.
Esquecem-se de que os julgamentos de feiticeiros do Século XVII
davam uma média de 5 a 10% de absolvições.
O julgamento de Von Papen aparece em XVI 236-422 <<261-466>>;
XIX 124-177 <<139-199>>.
Raeder foi acusado de "conspirar" com os japoneses para atacar
os Estados Unidos. Outros crimes cometidos por Raeder incluíam ouvir
discursos, estar presente a conferências, ter conhecimento dos planos
de contingência e receber presentes de aniversário.
Raeder provou que os americanos sabiam do ataque iminente a Pearl Harbor
dez dias antes do mesmo ocorrer, enquanto os alemães de nada sabiam
(XIV 122 <<137-138>>).
O exame feito por Raeder sobre os preparativos militares alemães
e os discursos de Hitler serão examinados juntamente com os de Von
Ribbentrop (XIII 595-599 <<656-660>>; 617-631 <<680-696>>;
XIV 1-246 <<7-275>>; XVIII 372-430 <<406-470>>).
Von Ribbentrop foi enforcado por ter assinado o Pacto Molotov- Ribbentrop,
que antecedeu e possibilitou o ataque à Polônia. Ribbentrop
defendeu seus atos com base em que um milhão de alemães tinha
sido expulso de território polonês em período de 20
anos, seguido por numerosas atrocidades cometidas contra eles e queixas
ao Tribunal Mundial em Haia e à Liga das Nações em
Genebra, queixas essas que tinham sido ignoradas por todo esse tempo. Tratava-se
de alemãesétnicos com cidadania polonesa, residindo em terras
dadas ao novo estado polonês pelo Tratado de Versalhes.
A 23 de outubro de 1938 Ribbentrop fez oferta aos poloneses, oferta que
o embaixador britânico, Sir Neville Henderson, reconheceu como razoável,
chamando-a de "proposta pura da Liga das Nações":
Ribbentrop pedia o plebiscito no Corredor Polonês; a devolução
de Dantzig (cidade cem por cento alemã) ao Reich e a construcão
de ferrovia extra-territorial de pista dupla e acesso por rodovia, por
esse Corredor, à Prússia Oriental, que havia antes sido separada
do resto da Alemanha e só podia ser alcançada pelo mar, desafiando
todo o bom senso, isto é, uma ponte terrestre à Prússia
Oriental (X 260-269 <<295-304>>; 280-281 <<317-318>>;
367-369 <<416-417>>).
Em troca os poloneses receberiam ajuste financeiro vantajoso; a garantia
de uso portuário e saída para a produção polonesa
pelo porto de Dantzig. O futuro do Corredor seria decidido de acordo com
o princípio de auto- determinação, os poloneses receberiam
saída para o mar e a maior parte do Pacto de Amizade Alemão-Polonês
(assinado por Hitler em 1934 diante de amarga oposição alemã)
seria renovada por um período a mais (XIX 362- 368 <<399-406>>.
Para saber da versão adotada pela acusação quanto
a esses acontecimentos, ver III 209-229 <<237-260)).
Era esse o "plano nazista para conquistar o mundo", que serviu
de pretexto para toda a guerra, incluindo, com o tempo, Pearl Harbor, Hiroshima
e Yalta.
Em resposta os poloneses disseram que qualquer alteração
na situação de Dantzig representaria a guerra com a Polônia.
Foi ordenada a mobilização geral. As expulsões continuaram,
enchendo os campos de refugiados ao longo da fronteira polonesa-alemã.
O embaixador polonês, Lipski, afirmou a 31 de agosto de 1939, ao
que se diz, que tinha muito boa noção da situação
na Alemanha, tendo servido nesse país por muitos anos. Não
se interessou por qualquer nota ou proposta vinda da Alemanha. Em caso
de guerra eclodiria a revolução na Alemanha e o exército
polonês marcharia em triunfo até Berlim (XVII 520- 521 <<565-566>>;
564-566 <<611-614>>; XX 607 <<661>>).
Ribbentrop afirmou que a atitude dos poloneses tornava inevitável
a guerra; que o problema do Corredor e das expulsões tinha de ser
resolvido; para tanto Hitler como Stálin os territórios em
causa tinham sido perdidos para ambos os países após guerra
desastrosa, seguidos por tratados igualmente desastrosos (X 224-444 <<254-500>>;
XVII 555-603 <<602- 655>>).
Aos alemães de Nuremberga apareceu somente esta explicação:
os poloneses e os ingleses achavam-se em contato com o chamado "subterrâneo"
alemão, que tivera sua importância amplamente exagerada (XVII
645-661 <<699- 717>>; XIII 111-112 <<125-126>>).
O intérprete de Hitler apresentou-se como testemunha e declarou
que os alemães não podiam acreditar que os ingleses entrassem
na guerra por algo que seu embaixador admitia ser razoável. De acordo
com esse intérprete de Hitler, Paul Schmidt, seguiu-se todo um minuto
de silêncio quando a mensagem de declaração de guerra
dos ingleses foi feita, após o que Hitler se voltou para Ribbentrop
e perguntou: "O que faremos agora?" (X 200 <<227>>).
O testemunho de Paul Schmidt fez luz em famosa observação
atribuída a Von Ribbentrop, a de que os judeus deviam ser mortos
ou confinados a campos de concentração. O que ocorreu, de
acordo com as declarações de Schmidt (X 203-204 <<231>>)
foi que Hitler estava pondo pressão sobre Horthy, para que este
adotasse medidas mais fortes contra os judeus. Horthy disse: "O que
devo fazer? Não posso matá-los". Von Ribbentrop ficara
muito irritado e dissera: "Há duas alternativas. Fazer exatamente
isso ou eles podem ser internados". Isto apareceu nos anais da conferência
como afirmação do Ministro do Exterior do Reich no sentido
de que "os judeus deviam ser mortos ou confinados a campos de concentração."
A declaração foi usada contra Von Ribbentrop e todos os demais
acusados durante o julgamento, a despeito do testemunho prestado por Schmidt,
de que as atas de registro estavam incorretas (X 410-411 <<462-463>>).
De acordo com Von Ribbentrop, Gúring, Raeder e quase todos os acusados,
com exceção de Schacht, os alemães não estavam
preparados para a guerra e não planejavam "agressão"
(XVII 522 <<566-567>>), XXII 62, 90 <<76, 105>>).
A invasão da Bégica, Países Baixos e França
não foi "agressão", porque a França declarara
guerra à Alemanha. A Bélgica e os Países Baixos esperavam
que os aviões ingleses sobrevoassem seus países, todas as
noites, para lançar bombas sobre o Ruhr. Os alemães protestaram
por escrito 127 vezes (XVII 581 <<630>>, XIX 10 <<16>>).
Göring, Raeder, Milch e muitos outros depuseram no sentido de que
a Alemanha tinha apenas 26 submarinos no Atlântico, com número
insuficiente de torpedos, em oposição a 315 submarinos em
1919 (XIV 26 <<34>>) e quantidade "ridícula"
de bombas (XIX 4-5 <<11-12>>).
Hitler disse ao Marechal de Campo Milch, em maio de 1939, que não
havia necessidade de produção total de bombas, pois não
haveria guerra. Milch replicara que a produção completa de
bombas levaria meses para atingir seu máximo. A ordem para iniciar
a produção total de bombas só foi dada a 12 ou 20
de outubro, 1939 (IX 50 <<60-61>>; XVII 522 <<566-567>>).
A Força Aérea Alemã (Luftwaffe) era destinada à
defesa e ao bombardeio de precisão; os alemães cooperavam
tanto com os russos como com os ingleses na troca de informações
técnicas de valor militar até 1938 (IX 45- 133 <<54-153>>;
XIV 298-351 <<332-389>>).
Os alemães jamais fabricaram qualquer coisa próxima ao número
de navios e principalmente submarinos (XIV 24 <<31>>) que lhes
era permitido sob os termos do Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935
(XVIII 379-389 <<412-425>>). Esse acordo representava o conhecimento,
pelos ingleses, de que o Tratado de Versalhes estava desatualizado. Era
também a limitação voluntariamente imposta por Hitler
ao armamento naval alemão (XIX 224- 232 <<250-259>>).
Quando a guerra irrompeu, muitos encouraçados alemães grandes
ainda estavam em construção e tiveram de ser sucateados porque
teriam levado anos para completar (XIII 249-250 <<279-280>>;
620-624 <<683-687>>). De acordo com declaração
assinada por seu capitão, um dos maiores encouraçados da
Alemanha, o Gneisenau, se achava em viagem de treinamento perto das ilhas
Canárias quando a guerra eclodiu, sem qualquer munição
a bordo (XXI 385 <<425>>).
Hitler era blefador que gostava muito de aterrorizar os políticos
com discursos altamente ilógicos e muito contraditórios (XIV
34-48 <<43-59>>; 329-330 <<366>>), uns a contradizer
os outros (XXII 66-68 <<80-81>>). Por esse motivo as anotações
estenográficas exatas jamais foram feitas antes de 1941 (XIV 314-315
<<349-350>>).
Muitos "discursos de Hitler" são semi-falsificações
ou falsificações completas (XVII 406-408 <<445-447>>,
XVIII 390-402 <<426-439>>; XXII 65 <<78-79>>).
Os alemães acreditavam que não mais seriam impedidos pelo
Tratado de Versalhes porque seus termos -- o preâmbulo à Parte
V -- haviam sido violados pelos ingleses e principalmente pelos franceses.
O desarmamento alemão deveria ser acompanhado pelo desarmamento
geral (IX 4-7 <<12- 14>>; XIX 242 <<269>>, 356
<<392>>).
Hitler oferecera desarmar-se até a última metralhadora, desde
que as outras nações fizessem o mesmo; mas a a Alemanha não
podia permanecer para sempre em posição enfraquecida, para
ser invadida e esmagada a qualquer momento. A reocupação
do Reno trazia à Alemanha uma fronteira natural que protegia o Ruhr
e teria sido questão corriqueira para qualquer governo. A Europa
Oriental fervilhava em conflito entre estados altamente armados; a Prússia
Oriental não era defensável; os poloneses se achavam abertamente
a exigir partes da Silésia superior (XII 476-479 <<520- 524>>;
XIX 224-232 <<249-259>>, XX 570-571 <<623-624>>).
O Acordo Franco-Soviético de 5 de dezembro de 1934 violava o Pacto
de Locarno, do qual os alemães foram condenados por violação
(XIX 254, 269, 277 <<283, 299, 308>>).
Não se tornava claro se a ocupação do restante da
Tchecoslováquia violava o Acordo de Munich (X 259 <<293-294>>).
Isso ocorria porque os russos estavam construindo aeroportos por lá,
em colaboração com os tchecos. Estes contavam transformar
o restante da Tchecoslováquia em "porta- aviões"
dos quais a Alemanha pudesse ser atacada (X 348 <<394-395>>;
427-430 <<480-484>>). Roosevelt declarara que os interesses
americanos se estendiam a todo o Hemisfério Ocidental e a Grã-Bretanha
proclamara seu domínio sobre metade do mundo; por certo o interesse
alemão podia estender-se até a Tchecoslováquia. De
Praga a Berlim, por avião, leva-se meia-hora; as ações
tchecas estavam claramente ameaçando a segurança alemã.
Não existe coisa tal como o tratado que dure para sempre. De modo
geral eles são substituídos por tratados subseqüentes
e se tornam obsoletos. Isso em geral é encoberto na linguagem do
próprio tratado pelas palavras rebus sic stantibus. Em 1935, Versalhes
e Locarno se haviam tornado obsoletos.
Assim como Frank, Rosenberg foi acusado de "saquear" e "pilhar"
obras de arte. Rosenberg e Frank fizeram ver que a Alemanha tinha de proteger
obras de arte, sob os termos da Convenção de Haia, e para
fazê-lo se tornava necessário removê-las do cenário
de hostilidades. As obras de arte foram cuidadosamente avaliadas, embaladas
e reparadas. Se houvesse intenção alemã em "saquear"
ou "roubar", não teria sido necessário catalogar
essas obras com anotação exata de nome e endereço
do proprietário, caso este fosse conhecido.
Diversas obras de arte foram apropriadas por Göring não para
seu uso pessoal mas para um museu que Hitler pretendia criar em Linz. Rosenberg
protestou contra tal apropriação, dizendo que era seu dever
manter as coleções intactas até o final da guerra,
na esperança de que o acordo de paz pudesse ser feito com relação
a esses objetos.
Rosenberg foi também acusado de roubar milhares de vagões
ferroviários cheios de mobília. Tais móveis haviam
pertencido a judeus que tinham abandonado os lares ante a chegada dos alemães
a Paris. Os apartamentos dos judeus ficaram fechados por 90 dias, após
os quais sua propriedade foi confiscada por abandono, já que sua
manutenção não podia ser assegurada. Com o tempo passaram
a ser usados pelos alemães que haviam perdido seus lares nos bombardeios
aéreos. Também então se contava chegar a acordo ao
final da guerra.
O ministério de Rosenberg recebeu grande número de queixas,
das quais muitas foram investigadas. Numerosas deram por resultado não
estarem baseadas em fatos. Em Nuremberga supôs-se simplesmente que
todas as queixas fossem "verdadeiras". Cartas enviadas a Rosenberg
foram usadas contra ele como provas, embora suas respostas a essas cartas
houvessem sido perdidas. As queixas e cartas foram trazidas para provar
"participação voluntária no Plano Comum".